Broadcast VS. Social Video

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Quando Michel era rei

Um personagem central para o futebol francês. É com essa afirmação categórica que começo a escrever sobre Michel Platini. Mas esse não é um texto comum. Pelo menos não deseja sê-lo. Fugindo da objetividade jornalística com que são costumeiramente narradas as biografias dos jogadores de futebol, esse texto pretende ser mais uma explicação da relação do autor com o personagem, relacionando a época em que Michel brilhava nos campos com a época em que suas jogadas chegaram aos olhos deste que vos escreve. Como a história de um e de outro se relacionam através do futebol. Espero ao final do texto ter atingido este objetivo.

O primeiro contato que tive com Platini se deu através de uma coleção de DVDs da Revista Placar sobre grandes jogadores. Lembro como se fosse hoje o dia em que eu, tomado pela curiosidade, entrei na banca de revistas e pedi a edição desse francês nascido em 1955 na pequena cidade de Joeuf. Como toda criança brasileira apaixonada por futebol nos anos 90 e início dos 00, assisti muita coisa da história do futebol ligando a TV aos domingos pela manhã no Esporte Espetacular, já tendo dele algum conhecimento quando a emissão mostrava imagens e histórias da Copa de 86. Mas eram apenas imagens breves daquele fatídico jogo em que Brasil e França se enfrentaram naquele torneio. Quando vi o DVD dormindo num canto silencioso e marginal da banca de revistas, não pensei duas vezes em adquiri-lo. Queria conhecer mais daquele jogador tão conhecido e ao mesmo tempo tão desconhecido. Quando Platini se aposentou, em 1987, o autor deste texto não era nascido, de modo que não foi possível vê-lo ao vivo nas transmissões da TV. Portanto, para conhecê-lo adquirir o DVD era obrigatório.

Passagem pelo Saint-Étienne: uma época de glórias dos Verts

Platini começou sua carreira na pequena equipe do Nancy, onde logo se destacou por ser um meia habilidoso, de passes e lançamentos certeiros e ainda por cima marcador de gols. Após 214 partidas e 127 gols, Michel se transfere ao Saint-Étienne, onde faz história e desenvolve plenamente todo o seu potencial, deixando um legado de 82 gols em 145 jogos. Após uma transferência milionária para a Juventus, Platini ganha o status de estrela mundial, e é na equipe bianconera que atinge o seu auge, ganhando títulos nacionais, continentais e mundiais. Reconhecido de forma unânime como um dos grandes jogadores dos anos 80, Platini recebe da revista France Football o prêmio Bola de ouro por 3 anos consecutivos (83,84 e 85)

Juventus: um reinado em Turim nos anos 80

Quando vi o DVD me identifiquei imediatamente com seu estilo de jogo. Até então minha cabeça era preenchida pelas jogadas impossíveis de Pelé e pela genialidade rebelde do Maradona. Dois deuses do futebol que podem até ser imitados, mas jamais compreendidos em sua integralidade, uma vez que como jogadores estão acima de todos os outros que praticam ou praticaram esse esporte bretão. Ao ver Platini, encontrei um jogador no qual pudesse me espelhar, pois eu passei a minha infância e adolescência vivendo tardes e noites de futebol, jogando com amigos, conhecidos e desconhecidos, tentando encontrar minha própria maneira de jogar. Mas para me encontrar precisava olhar e aprender de alguém. Michel me ensinou a jogar um futebol possível, com jogadas objetivas e um estilo técnico. Se ele era conhecido como Le Roi para alguns, para mim era como uma figura ao mesmo tempo real e plebéia, que conseguia fazer um jogo nobre demonstrando simplicidade de movimentos. Um rei possível de ser compreendido e alcançado.

Eurocopa 84: atuações decisivas no caminho do título

Lembro que um dos momentos mais alegres da minha adolescência foi quando ganhei uma camisa da seleção francesa, que eu usava fartamente nas minhas partidas. Ela chegava limpa e imaculada nas quadras e voltava suja e encardida, porém feliz. Digo isso mesmo sabendo que um objeto têxtil não tem emoções. Ela voltava feliz porque com ela eu me divertia, com ela eu era feliz. Não sei se a camisa me ajudou a emular Platini e suas jogadas. Mas garanto que ela (e ele) me deu bons momentos de diversão guardados com carinho na memória.

Obviamente jamais cheguei sequer a ter 1% do seu jogo, mas sinto que em algum momento a camisa 10 de Michel me inspirou a querer sair de casa, vencer a minha incurável melancolia e ser feliz por alguns instantes através do esporte. Apesar de não ter mais aquele DVD onde aprendi suas cobranças de falta, lançamentos e comemorações de gols, guardo em algum lugar aquelas imagens. Por sorte com o desenvolvimento da internet temos vídeos que relembram os seus momentos de realeza.

Hoje Michel Platini não é mais rei. Aposentado dos gramados, enveredou-se pela trilha da administração do jogo. Tornou-se dirigente da UEFA e um dos principais cartolas do futebol. Nesse meio corrompido pelas tentações do poder e pela sedução do dinheiro fácil, Michel se perdeu e se tornou uma figura que deixou de ser querida. A coroa que carregava caiu, talvez por um impulso autodestrutivo que é muito comum aos homens que alcançam a grandeza. Seu presente é o de um rei destronado, deixado no ostracismo por seus antigos admiradores e súditos. Os seres humanos tem a capacidade de se reinventarem, de darem a volta por cima e se reerguerem. Enquanto isso não acontece fico com as imagens e memórias de quando Michel desfilava por tapetes vermelhos invisíveis colocados nos gramados da Europa.

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